Handebol
Entenda qual a importância de saber seu V02 máximo antes de se exercitar
O VO2 máximo também chamado de consumo máximo de oxigênio representa a capacidade aeróbica máxima de um indivíduo. Na tradução, o VO2 seria a maior capacidade de oxigênio que uma pessoa consegue utilizar do ar inspirado enquanto faz um exercício físico aeróbico. Ele pode ser estimado por uma série de testes e fórmulas, mas seu valor exato só pode ser medido através do Teste Cardiopulmonar do Exercício (TCPE) também conhecido como Ergoespirometria. Esse exame feito pelo Cardiologista ou Médico do Esporte, acopla os dados obtidos no tradicional Teste Ergométrico, a análise dos gases expirados durante o exercício.

Além do consumo direto do oxigênio, o TCPE fornece variáveis que adicionam diversas informações sobre as respostas dos sistemas cardiovascular, respiratório, vascular pulmonar e muscular esquelético ao estresse físico, tendo especial valor na prescrição mais precisa de exercícios físicos aeróbicos e em pacientes com doenças cardiovasculares.
Qual o valor normal do VO2?
Para explicar melhor vamos considerar um indivíduo em repouso, lendo um livro, por exemplo. O VO2 desse indivíduo em repouso poderia ser estimado em aproximadamente 3,5 ml/(kg.min) o que é também chamado de 1 MET.
Esportes que mais gastam calorias: conheça o MET, seu aliado na dieta
O MET ou equivalente metabólico é uma unidade que representa o consumo de oxigênio no repouso, ou seja, 1 MET = 3,5 ml/(kg.min). No entanto, esse valor pode variar muito entre as pessoas devido a idade, sexo, hábitos, hereditariedade e condicionamento cardiovascular.
Espera-se de um homem saudável que ele alcance no esforço um VO2 máximo em torno de 35 a 40 ml/(kg.min), ou seja, 10 vezes o VO2 de “repouso“ (ou 10 METS).
Atletas de elite chegam a alcançar um VO2 máximo de 70 ml/(kg.min), ou seja, conseguem aumentar em até 20 vezes o VO2 de repouso. Já as mulheres possuem tipicamente um VO2 40-60% menor do que os homens, em torno de 27 a 30 ml/(kg.min). Vale lembrar que o VO2 máximo pode aumentar com o treinamento e diminuir com a idade.
Quem precisa fazer um Teste Cardiopulmonar do Exercício para medir o VO2?
– Atletas amadores para prescrição adequada de exercícios
– Atletas profissionais para acompanhamento de treinamento
– Pessoas com queixas de cansaço ou falta de ar no exercício.
– Avaliação de resposta de medicamentos (em hipertensos, por exemplo)
– Para prescrição de exercícios para cardiopatas ou pneumopatas
– Seleção de pacientes para transplante cardíaco ou pulmonar
– Avaliação da gravidade e prognóstico da insuficiência cardíaca ou pneumopatias crônicas.
– Grandes obesos e aqueles que vão ser submetidos a cirurgia bariátrica
– Para risco cirúrgico ou pré-operatório

Pacientes com doenças arteriais dos membros inferiores com um VO2 baixo podem ter alguma doença no coração?
Durante o esforço é normal que o consumo de oxigênio suba progressivamente em qualquer indivíduo. Quando isso não acontece, o médico deve investigar, principalmente, doenças como a insuficiência cardíaca e as doenças pulmonares (pneumopatias crônicas). Segundo a classificação da American Heart Association (AHA) um VO2 pico <20 ml/(kg.min) já pode significar doença.
VO2 máximo é a mesma coisa que Limiar Anaeróbio?
Não, o Limiar Anaeróbio (LA) ou 1º Limiar Ventilatório é o ponto do exercício no qual inicia-se o acúmulo de lactato no sangue, com conseqüente tamponamento pelo sistema do bicarbonato, elevação da produção de gás carbônico (VCO2) e necessidade de aumento da ventilação para a sua excreção. Ao contrario do que se pensa, no exercício respiramos mais rápido não porque precisamos de mais oxigênio mas para retirar o CO2 produzido pelas células.
Há também o 2º Limiar Ventilatório, ou Ponto de Compensação Respiratória, que é o momento no qual se detecta a incapacidade do sistema metabólico em tamponar a acidose progressiva, resultando na necessidade de se excretar maior quantidade de CO2 através de maior hiperventilação.

Porque o VO2 e o Limiar Anaeróbio (LA) são importantes para prescrever o exercício?
Os limiares 1º e 2º são importantes para a prescrição do exercício pois realizá-lo muito abaixo do 1º Limiar não promove condicionamento, e muito próximo ou acima do 2º Limiar traz o risco de se trabalhar em acidose descompensada, o que não é saudável. O percentual do VO2 no LA está em torno de 50% do VO2 máximo em indivíduos normais, elevado a mais de 70% em atletas e rebaixado a cerca de menos de 30% em doentes graves.
O Teste Cardiopulmonar do Exercício só serve para medir o VO2?
Não, além da avaliação do VO2 máximo, do LA e do Ponto de Compensação respiratória, o exame avalia o comportamento da pressão arterial antes, durante e após o exercício. Avalia também a variação da frequência cardíaca no esforço e na recuperação, podendo ajudar no diagnóstico da asma induzida pelo exercício e as alterações patológicas cardiovasculares como o infra-desnivelamento do segmento ST e as arritmias cardíacas malignas. Além disso, diversas variáveis são avaliadas pelo médico no TCPE como o Pulso de Oxigênio, os equivalentes ventilatórios VE/VCO2 e VE/VO2, VE/CO2 Slope, a Reserva Ventilatória, o T ½, entre outros…
Vou iniciar um treinamento ou quero emagrecer, vale a pena fazer um TCPE?
Sim, o mais importante é que o TCPE vai excluir possíveis contra-indicações que você possa ter para fazer exercício, principalmente os de alta intensidade. O Teste agregará segurança não somente para você, mas também para toda equipe de profissionais que lhe acompanham (médicos, nutricionistas, educadores físicos e o fisioterapeutas). Além disso, com a realização de exames seriados é possível que você avalie e quantifique a melhora da sua performance.
Bibliografia:
AHA Scientific Statement – Exercise Standards for Testing and Training. Gerald F. Fletcher; Gary J. Balady, MD; Ezra A. Amsterdam. March 3, 2015.
Descomplicando a Ergoespirometria para o Cardiologista Clínico – DERCAD/RJ – SOCERJ – Fernando Cesar de Castro e Souza. Volume 7, 2010
Arena A, Myers J, Aslam SS, et al. Peak VO2 and VE/ VCO2 slope in patients with heart failure: A prognostic comparison. Am Heart J 2004;147:354–60.
Corrà U, Mezzani A, Bosimini E, et al. Ventilatory response to exercise improves risk stratification in patients with chronic heart failure and intermediate functional capacity. Am Heart J 2002;143:418-26.
Arena A, Myers J, Abella J, et al. Development of a ventilatory classification system in patients with heart failure. Circulation. 2007;115:2410-2417.
Arena A, Myers J, Abella J, et al. The Ventilatory classification system effectively predicts hospitalization in patients with heart failure. J Cardiopulm Rehabil 2008;28:195–198.
Arena A, Myers J, Abella J, et al. The partial pressure of resting end-tidal carbon dioxide predicts major cardiac events in patients with systolic heart failure. Am Heart J 2008;156:982-88.
Sun X-G, Hansen JE, Beshai JF, et al. Oscillatory Breathing and Exercise Gas Exchange Abnormalities Prognosticate Early Mortality and Morbidity in Heart Failure. J Am Coll Cardiol 2010;55:1814–23.
Klainman E, Fink G, Lebzelter J, et al. The relationship between left ventricular function assessed by multigated radionuclide test and cardiopulmonary exercise test in patients with ischemic heart disease. Chest 2002;121:841- 845. 8. Belardinelli
*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com
Aprenda a identificar os sinais de cansaço
Por camilabrogliato
É tanta coisa na rotina diária que muitas vezes ignoramos aquela “dorzinha leve”, a falta de apetite, a insônia ou aquela puxada na panturrilha. Você sabe reconhecer os sinais de cansaço que o seu corpo envia?
Frases de superação como “Dor é inevitável, desistir é opcional” ou “Dor é sinal de que seu músculo está trabalhando” (entre tantas outras espalhadas por aí) podem até ajudar no quesito motivação… mas lesões mais sérias podem acontecer se o atleta ignorar os sinais de cansaço e continuar treinando.
Não podemos esquecer que cada um tem limites diferentes. O desafio, portanto, é descobrir como dosar seus treinos, respeitar os sinais de cansaço e não forçar além da conta. E claro, descansar. Fique atento aos exageros que fazem mal à sua saúde. A seguir, veja alguns sintomas que o corpo envia quando algo está errado:
Lesões constantes
Suportar uma dor e seguir em frente (ignorando os sinais de cansaço do corpo) pode parecer um ato heroico. Mas, atenção: mesmo que você consiga superar a dor, todas as lesões relacionadas ao esporte devem ser investigadas e tratadas. Maquiar dores crônicas e persistentes com remédios anti-inflamatórios, por exemplo, não é indicado. Pare até descobrir o motivo do incômodo.
Insônia e distúrbios no sono
Preste atenção ao seu sono. Falta de sono ou problemas para dormir não são eventos isolados. Quem dorme pouco tem seu rendimento atrapalhado, além de ficar mais estressado durante o dia. Para dormir melhor, evite cafeína de forma exagerada, açúcar e bebidas energéticas– que só aumentam a sensação de cansaço do corpo. Se a insônia persistir, procure um médico.
Overtraining
Exercícios intensos e pouco tempo para a recuperação podem provocar overtraining. Os sintomas vão desde a sensação de fadiga generalizada às dores que não vão embora, insônia, irritabilidade, perda de motivação, gripes e resfriados frequentes, calafrios e até batidas irregulares do coração. Se, após exercícios intensos, o seu coração estiver acelerado demais mesmo em repouso e demorar muito a voltar ao normal, você pode estar em overtraining.
Cuidados
Se sentir algum desses sintomas, considere uma pausa nos treinos e concentre-se na recuperação com descanso, mais horas de sono e melhor alimentação. Para saber como está seu coração, procure um médico. Invista também em um monitor de frequência cardíaca, para verificar as batidas do coração em repouso e em atividade.
A sugestão dos especialistas é estar atento ao fortalecimento dos músculos, caprichar no alongamento após os exercícios, no aquecimento, no repouso, e em técnicas para melhorar o movimento muscular durante as pedaladas.
(Fontes: Dr. Rogério Teixeira, ortopedista e traumatologista especialista em medicina esportiva, membro da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor -SBED).
Brasileira Duda Amorim é eleita a melhor jogadora de handebol do mundo
POR CLAUDIO NOGUEIRA
O handebol brasileiro continua em alta, no feminino. Atual campeã do mundo, após o título na Sérvia, em 2013, a seleção brasileira pode se orgulhar de contar com a melhor jogadora do planeta em 2014. A armadora esquerda Eduarda Duda Amorim foi eleita em votação popular via internet, organizada pela Federação Internacional de Handebol (FIH). A brasileira assegurou 35,2% dos votos. Na eleição masculina, o vitorioso, com 33% das indicações, foi o pentacampeão mundial pela França Nicola Karabatic.
Duda Amorim deixou a romena Cristina Neagu em segundo lugar, com 25,8%, e a norueguesa Heide Løke em terceiro, com 16,8%. Duda é a segunda brasileira eleita melhor do mundo no handebol. A outra foi Alexandra do Nascimento, que ganhou a premiação em 2012.
O processo eleitoral incluiu duas fases. Na primeira, um júri composto por experts e técnicos das cinco Seleções melhores colocadas no Mundial de 2013 indicou cinco atletas que concorreram em votação aberta para o público e a imprensa no site da entidade.
— É muito gostoso receber esse prêmio. Me sinto extremamente realizada. Desde que comecei minha carreira, sempre quis ser a melhor armadora esquerda e trabalhei muito para isso, mas a melhor do Mundo é algo que nunca sonhei — declarou a catarinense, que assim que soube da notícia, contou-a ao Dean Taleski, que está com ela em São Paulo (SP) para o tratamento da lesão no joelho sofrida pela atleta no ano passado. — Fico muito grata pelo apoio que o público brasileiro me deu durante esses dias. Foi uma mobilização geral. Fico muito feliz por ver o reconhecimento pelo meu trabalho.
Segundo a armadora esquerda, o prestígio do handebol brasileiro cresce ainda mais, em especial no feminino:
— É mais um passo. A Alexandra já conquistou o título primeiro. É uma excelente jogadora. Acho que com isso, nós acabamos servindo um pouco de exemplo. Abre caminho pro esporte ser ainda mais popular no país. Traz muita coisa positiva. O handebol brasileiro está se fortificando cada vez mais lá fora. Isso ajuda, traz mais respeito. Antes, muitas equipes nos subestimavam. Agora não. Isso é muito bom porque temos muito mais jogos de nível e as atletas brasileiras também ganham com isso.
Duda começou a jogar com 11 anos no Colégio Barão do Rio Branco, de onde foi para o time do Metodista/São Bernardo em 2002, terminando em segundo lugar na Liga Nacional. Em fevereiro de 2006, ela se transferiu para a Europa, para o Kometal Skopje, da Macfedônia. Após ter colecionado três títulos nacionais naquele país, ela semudou para o handebol da Hungria, em que foi defender o Győri Audi ETO KC, a partir de fevereiro de 2009. Por esta equipe, ganhou as edições das Ligas de Campeões da Europa de 2013 e do ano passado, além de ter sido eleita a melhor armadora esquerda da Europa, também em 2014.
Pela seleção brasileira, ajudou na conquista dos ouros nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio, e de 2011, em Guadalajara. Foi também aos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, quando a equipe verde e amarela terminou em nono, e aos de Londres-2012, nos quais a seleção nacional foi eliminada nas quartas de final pela Noruega, que se tornaria campeã. Em 2013, quando o Brasil foi campeão mundial feminino, ela foi eleita a melhor jogadora do campeonato.
Receber o prêmio pela segunda vez, é algo com importância enorme para o handebol brasileiro, conforme afirmou o presidente da confederação brasileira deste esporte, Manoel Luiz Oliveira:
— Essa premiação significa muito para o handebol no Brasil. Vem para coroar mais uma vez uma fase muito próspera para o nosso esporte. A Duda é uma atleta excepcional, extremamente dedicada e de um imenso talento. Fico também muito grato pelo apoio do público que a elegeu.
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Em confronto intenso, França supera Catar e fatura Mundial pela quinta vez
Por Thierry Gozzer e Matheus Tibúrcio – Direto de Lusail, Catar
Mesmo com nove jogadores naturalizados e sob comando de Valero Rivera, campeão mundial em 2013 pela Espanha, a seleção do Catar não conseguiu superar a tradição do handebol francês na decisão do Mundial do Catar. À frente por praticamente todo o duelo disputado neste domingo, no Lusail Hall, a França, atual campeã europeia e bicampeã olímpica, segurou o ímpeto dos anfitriões, venceu por 25 a 22 e conquistou pela quinta vez o Mundial (1995, 2001, 2009, 2011 e agora 2015). Depois de um segundo tempo bastante pegado, com as duas defesas trabalhando muito forte, os atuais campeões asiáticos se contentaram com o vice-campeonato diante dos próprios torcedores – foi a primeira medalha de um país não europeu na história do torneio – e também festejaram ao fim do jogo.
A França tem dois motivos para comemorar. Além do pentacampeonato mundial, a equipe garantiu um lugar nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 com a conquista do título neste domingo. Os franceses se juntam ao Brasil, que já tem a vaga por ser o país-sede das Olimpíadas. Resta definir as outras 10 seleções que vão participar do evento (uma das Américas, uma da Europa, uma da África, uma da Ásia e seis provenientes de três Pré-Olímpicos internacionais).

Pelo lado francês, Nikola Karabatic, eleito o melhor jogador do mundo em 2007, foi quem mais balançou a rede (5 vezes) na final. O maior goleador do jogo, porém, foi o sérvio naturalizado catari Zarko Markovic, com sete gols. Ele inclusive foi o vice-artilheiro do Mundial do Catar, anotando 67 gols – o esloveno Dragan Gajic marcou 71. O goleiro Thierry Omeyer e o capitão dos Bleus, Jérôme Fernandez, se tornaram os primeiros jogadores tetracampeões mundiais.
Mais cedo, também no Lusail Hall, a Polônia conquistou a medalha de bronze do Mundial do Catar. Na disputa do 3º lugar contra a Espanha, os poloneses forçaram a prorrogação com um gol nos últimos segundos do tempo regulamentar e então bateram os campeões mundiais de 2013, por 29 a 28.
O jogo
Desde o primeiro segundo de jogo, as torcidas do Catar e da França fizeram um barulho ensurdecedor no Lusail Hall. Os primeiros a comemorarem foram os torcedores da equipe da casa, no gol de Benali e no pênalti defendido por Stojanovic. Passados mais de três minutos de jogo, Nyokas empatou a partida, levantando os adeptos da França, que gritaram com a mesma intensidade que os cataris.

Dentro de quadra, a arbitragem tratou de impedir qualquer crítica em relação a estar ajudando o time da casa. Nas semifinais, os poloneses se revoltaram com os árbitros, que distribuíram cinco vezes a punição de dois minutos contra os europeus e apenas uma contra o Catar.
Agora na final contra a França, a seleção do Catar foi quem sofreu. Pelas sucessivas faltas, o catari Mabrouk levou duas vezes os dois minutos. Depois foi a vez de Capote. Com a vantagem numérica em quadra, os franceses pularam à frente por 9 a 5, com direito a três gols de Nikola Karabatic, o melhor jogador do mundo de 2007. E só não abriram mais gols de frente por conta das defesas de Saric, titular da meta catari. Apenas aos 25 minutos de jogo é que a França foi ter seu primeiro jogador suspenso por dois minutos. E justamente o camisa 13.
Se os franceses chegaram a estar à frente por seis gols (13 a 7), a vantagem diminuiu para 13 a 10 até o retorno de Nikola Karabatic à quadra. A estrela dos Bleus já voltou balançando pela quinta vez a rede de Saric e guiando os Bleus à vitória parcial de 14 a 11 no primeiro tempo. No último lance da etapa, Saric impediu o que seria um belo gol de Porte, numa ponte aérea com Mahe.
O segundo tempo começou quente, com o Catar encostando no placar após dois gols de Mallash. Os franceses ainda se mantinham à frente, apesar do melhor momento dos cataris. O jogo pegou fogo aos sete minutos, quando Nikola e Mabrouk se desentenderam em quadra por causa da marcação apertada do camisa 4. No lance seguinte, Capote tomou pela segunda vez dois minutos de suspensão. No banco, Vidal e Mallash aplaudiam ironicamente a arbitragem, sendo preciso que Valero Rivera interviesse dando uma bronca nos dois pela atitude (18 a 15).

Os cataris ganharam força após a confusão e voltaram a estar a um gol do empate (18 a 17). A cada gol dos anfitriões e a cada defesa de Saric, a torcida local ia à loucura. Os fãs franceses buscavam responder da mesma maneira, comemorando também as defesas de Omeyer, enquanto os Bleus mantinham pelo menos um gol de vantagem no jogo.
Faltando cinco minutos minutos para o fim da partida, a França tinha três gols de frente (24 a 21). Arremessando de longe, como se destacou durante toda a partida, Capote marcou o sexto gol dele no jogo, diminuindo o placar para o Catar. Mas, por mais que os cataris tentassem, a França sempre tinha uma carta na manga.
Nesse final, assim como nas semifinais contra a Espanha, brilhou a estrela do goleiro Omeyer, pegando um tiro curto de Al-Karbi a um minuto e meio do apito final (25 a 22). Porte ainda fez a festa dos torcedores ao correr na defesa e impedir um último gol catari. A partir daí foi só esperar o cronômetro chegar ao final para os jogadores da França comemorarem o pentacampeonato mundial. Nikola Karabatic ainda resolveu provocar os adversários lhes entregando a bola nos últimos segundos.
Brasil faz jogo duro contra Croácia, mas é eliminado por apenas um gol
Por Thierry Gozzer e Matheus Tibúrcio – Direto de Doha, Catar
O Brasil mostrou em quadra que poderia ter vencido a Croácia, campeã mundial de 2003 e bicampeã olímpica (Atlanta 1996 e Atenas 2004). Mas chegou ao fim, neste domingo, a participação da equipe no Mundial do Catar. Pelas oitavas de final, no Al Sadd Hall, em Doha, a seleção fez um primeiro tempo brilhante, inclusive indo para o intervalo em vantagem (15 a 13). Depois de um apagão no começo da segunda etapa, os brasileiros voltaram a fazer jogo duro com os croatas, tiveram chance de vitória até os últimos minutos, mas acabaram perdendo no detalhe: 26 a 25 para os europeus. Assim como aconteceu há dois anos, na Espanha, a equipe cai nas oitavas de final e por apenas um gol. Como foi o pior entre os eliminados nesta fase, a seleção ficou com a 16ª colocação no Catar – fora 13ª em 2011. Agora a Croácia vai enfrentar nas quartas de final o vencedor do duelo desta segunda-feira entre Polônia e Suécia.
A eliminação também teve um gosto mais amargo para Thiagus e Valadão. Neste domingo, os armadores completaram, respectivamente, 26 e 24 anos de vida e não ganharam de presente uma vitória da seleção.
– O Brasil sai muito triste, pois foi por um gol e por uma bola. Mas deu para sentir que estamos no caminho certo e dá para brigar nos próximos campeonatos. Nós jogamos de igual para igual contra a Espanha, Croácia e as melhores seleções do mundo. A saída dos nossos jogadores para a Europa é um dos motivos da nossa melhora no cenário mundial – comentou Thiagus.

Mesmo com os últimos quatro jogos das oitavas de final programados para esta segunda-feira, o Brasil já sabe que vai terminar a competição na 16ª colocação. Isso porque teve o pior aproveitamento dentre os classificados da primeira fase, com os quatro pontos conquistados em cima das vitórias sobre Belarus e Chile. O time perdeu para Catar, Espanha e Eslovênia.
Em 2013, na Espanha, a seleção ganhou três jogos na fase de grupos, caiu diante da Rússia por 27 a 26 e ficou com a 13ª posição, a melhor de sua história.
O jogo
O primeiro gol da Croácia já mostrou o que seria uma das dificuldades do Brasil na partida: a altura dos croatas. Do alto dos seus 2,10m, o gigante Kopljar, o maior jogador do Mundial, acertou o gol com um arremesso de longe.
No ataque, a seleção, como prometido pelos jogadores, trabalhava a bola com paciência, sempre passando pelas mãos de Zeba, o capitão do time. Era uma forma de tentar cansar a linha defensiva rival, que contava com Kopljar (2,10m), Vori (2,03m), Gojun (2,04m) e Musa (2,00m). Num primeiro momento, depois de João fazer o primeiro gol do Brasil, a seleção foi prejudicada pela própria demora na recomposição defensiva. A vantagem croata chegou a ser de 4 a 1 logo nos primeiros cinco minutos de jogo. Mas Zeba e Borges marcaram, e a partir daí ficava faltando só acertar o último passe para gol do empate.
Minutos depois de Cupic, o artilheiro da Croácia (28 gols na primeira fase), acertar um pênalti na trave e após Bombom aparecer pela primeira vez com uma bela defesa, Thiagus deixou o placar empatado em 8 a 8, quase na metade do primeiro tempo. Para euforia dos brasileiros, João surgiu no miolo da defesa croata e pôs a seleção em vantagem no lance seguinte (9 a 8).
A liderança brasileira não durou nem um minuto. A Croácia virou rapidamente, mas há muito tempo não conseguia penetrar mais com tanta facilidade na defesa 5-1 do Brasil. Apesar do pênalti perdido por Zeba, a seleção cumpria seu dever no ataque, conseguindo os gols após muita movimentação. O grupo foi novamente recompensado com a frente no marcador, que veio logo após um pênalti cobrado por Horvat e salvo por Rick. João fez 13 a 12. Na sequência, Rick salvou dois pênaltis (um de Cupic e um de Strlek), e João apareceu de novo, dando dois gols de vantagem para o Brasil. Antes do intervalo, Borges assegurou que fosse essa a frente que a seleção levaria para o vestiário, acertando o gol e fazendo 15 a 13.

Se o Brasil fez um grande trabalho no primeiro tempo – João era o artilheiro do jogo com cinco gols – todo esse esforço foi por água abaixo no segundo tempo. Jordi confiou no bom momento de Rick e o colocou no lugar de Bombom para a sequência da partida. Porém, a Croácia demorou três minutos e meio para virar o jogo, aproveitando a defesa brasileira bastante desatenta no começo da etapa e um ataque que se livrava demais da bola (17 a 15). Muito descontente com a inércia da equipe, Jordi pediu tempo, mas a seleção pouco mudou em quadra. O primeiro gol do Brasil no segundo tempo só foi aparecer aos 7 minutos e 24 segundos, num arremesso em que Patrianova subiu sozinho para balançar a rede (18 a 16).
Passados dez minutos de jogo, o Brasil voltou a se reencontrar na partida. Valadão provocou o empate e, após uma defesa de Rick, Zeba recolocou o país em vantagem (20 a 19). O empenho para não desperdiçar chances no ataque e a dedicação na marcação voltaram a ser tão grandes que a equipe não deixou os croatas virarem quando o time verde-amarelo tinha um jogador a menos em quadra – Lucas cumpria suspensão de dois minutos.
Os últimos 10 minutos de jogo foram dramáticos. O placar apontava 22 a 22, e Chiuffa ainda teve um pênalti defendido por Ivic. O Brasil chegou a tomar a virada – quinto gol de Kopljar (23 a 22) – e passou a correr atrás no placar. Há dois minutos do fim, a seleção se via perdendo por 25 a 24. E aí apareceu o talento do atual melhor jogador do mundo. Duvnjak arremessou baixo, e Rick não conseguiu defender (26 a 24). Faltavam apenas 27 segundos para o Brasil tentar pelo menos o empate para forçar a prorrogação. Thiagus chegou a diminuir, mas não deu tempo do 26º gol.
Com 'muralha' na defesa, Brasil garante primeira vitória no mundial masculino de Handebol
Doha (QAT) – Tudo funcionou para o Brasil nesta segunda-feira (19) diante da Bielorrússia na terceira rodada do Campeonato Mundial Masculino de Handebol. De volta ao gigantesco Lusail Murltipurpose Hall, em Doha, no Qatar, o time verde e amarelo praticamente impôs o ritmo da partida e, com uma defesa segura e eficiente, neutralizou os rivais europeus para garantir os primeiros dois pontos na competição, extremamente importantes para a meta da equipe de passar à próxima fase. O placar terminou 34 a 29 (16 a 12 no primeiro tempo), com nove do ponta esquerda Felipe Borges, também escolhido como o melhor em quadra.
Confira algumas imagens da partida empolgante entre Brasil 27×29 Espanha.
Doha (QAT) – O público presente no Duhail Sports Hall, em Doha, no Qatar, viu um show da Seleção Brasileira diante da atual campeã Espanha, na segunda partida da equipe pelo Campeonato Mundial. O duelo foi marcado pela excelente atuação dos goleiros das duas equipes. No lado brasileiro, César ‘Bombom’ foi o destaque. Pela Espanha, José Manuel Sierra fez a diferença. Depois de levar a partida de igual para igual durante todo o tempo, o Brasil foi superado por apenas dois gols: 29 a 27 (14 a 15 no primeiro tempo). Mas, saiu de quadra com a certeza de que fez um bom papel e que pode conseguir ainda mais até o final da competição.
Confira algumas imagens da partida empolgante entre Qatar 28×23 Brasil
Doha (QAT) – Jogo de estreia é sempre complicado. E, a primeira partida do Brasil no Mundial Masculino de Handebol, nesta quinta-feira (15), não fugiu à regra. Diante de uma equipe que jogou em casa, com a torcida à favor, e com uma excelente defesa, não deu para o time verde e amarelo terminar na frente. O Qatar fechou o placar em 28 a 23 (15 a 12 no primeiro tempo) e conquistou os primeiros pontos na competição com sede em Doha e que teve início hoje. Para os brasileiros, não foi o início ideal, mas a equipe sabe que tem potencial para fazer muito melhor e conseguir cumprir o objetivo de passar para a próxima fase.
Seleção feminina bate anfitriãs é fica com título do Torneio Internacional da Espanha
A fase ainda é de preparação para os campeonatos de 2015, mas a seleção brasileira feminina de handebol segue faturando títulos. Desta vez, o time dirigido pelo técnico Morten Soubak venceu o Torneio Internacional da Espanha ao bater, neste domingo, as donas da casa por 24 a 20 (11 a 12 no primeiro tempo), em Málaga. Com 12 gols, a central Ana Paula foi eleita a melhor atleta da partida.
Após a partida contra as donas da casa, o técnico Morten Soubak destacou o bom desempenho da defesa das duas equipes.
– Estamos contentes com o jogo de hoje, que foi o mais intenso entre as três partidas que fizemos aqui na Espanha. Conseguimos manter uma boa defesa, mas sem muitos contra-ataques. Além disso, foi importante jogar com o grupo todo e as mais jovens aproveitaram as chances – analisou o treinador dinamarquês.
Para Ana Paula, a seleção brasileira somente conseguiu encaixar seu melhor jogo quando melhorou a defesa e passou a sair em contra-ataque.
– Foi uma partida difícil, em que a Espanha ficou na frente boa parte do jogo. No segundo tempo, quando conseguimos melhorar nossa defesa e sair em alguns contra-ataques, viramos e administramos o placar. No final, venceu quem errou menos. Estou feliz pela conquista e vamos continuar nossa preparação para as próximas competições – disse a central brasileira.
Nos jogos anteriores, o Brasil venceu a Tunísia por 35 a 23 e a Polônia por 33 a 22. Encerrada a disputa na Espanha, o grupo brasileiro seguirá direto para a Suécia para o último compromisso de 2014, um amistoso contra a seleção da casa.
A série de jogos na Espanha e na Suécia faz parte da preparação da equipe brasileira para as principais competições do ciclo: os Jogos Pan-Americanos do Canadá, em julho de 2015, o Mundial da Dinamarca, em dezembro do ano que vem, e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
Fonte: www.ahebrasil.com.br
Remodelado, Estadual de Handebol tem abertura neste sábado
Autor: Marina Padilha
Começa neste sábado o Campeonato Pernambucano de Handebol na categoria Adulto Masculino. Foram três meses de planejamento e agora a competição – que foi remodelada – será aberta oficialmente às 17h, no ginásio do Clube Português do Recife. Sete equipes que participam do campeonato vão estar presentes ao evento para três confrontos inaugurativos: Barrozo/IPAs x UFRPE (14h), América/BPE x Atlético/Ibradesp/Nogueira Sports (15h30) e Português/Aeso x Pernambuco H.C (18h). A entrada é franca. Além disso, quem aparecer na torcida vai contar com apresentação de DJs.
A ideia de remodelar a forma de fazer o Campeonato Pernambucano de Handebol Adulto Masculino surgiu depois que o grupo gestor identificou uma série de diferenciais na competição que não estavam sendo explorados, como atletas da Seleção Brasileira, campeões nacionais e internacionais e clubes com história dentro e fora de Pernambuco, além das novas equipes, que já conseguiram ser destaque no País, como o América/BPE, que ficou em terceiro lugar no Brasileiro deste ano com menos de um ano de atividade.
“Estamos com a nata do handebol nacional, com equipes de muita qualidade e valores individuais que não perdem para lugar nenhum do Brasil. Temos uma equipe confirmada na próxima Liga Nacional (Português/Aeso) e atletas de alguns clubes sendo sondados para a Liga deste ano. Formamos dezenas de jogadores todos os anos. Então não poderíamos manter a principal competição estadual da mesma forma. Queremos transformar o Pernambucano no maior evento de esporte olímpico de Pernambuco até 2016”, afirmou um dos membros do grupo gestor, Mário Rios.
Dentro do planejamento para o Pernambucano está a presença de dez equipes na série principal. “Neste ano temos sete, mas alguns clubes já pediram para entrar na próxima temporada. A intenção é fecharmos com 20 clubes, sendo 10 na primeira divisão e 10 na segunda, com acesso e decesso”, afirmou Rios.